Apresentação

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Dons espirituais: Espirito Santo, Satanás?

É fato que existem dons em pessoas espalhadas pelo mundo, gente que nem sequer possui uma fé. Não diria que os dons do Espirito Santo se manifestem em pessoas em pecado grave ou não batizadas, mas ainda restam pessoas no mundo com habilidades fora do comum, porém não é destes que quero tratar, mas sim daqueles inseridos no contexto católico. 

Em meio a  estranhos fenômenos em religiões  de espíritos, em cultos evangélicos, na umbanda e até manifestações sobrenaturais em religiões orientais, depara-se com uma confusão eminente. Há de se querer considerar verdadeiros fenômenos como paranormais, onde há charlatanismo e oportunismo ou colocar os milagres ou curas em pé de igualdade, com potencial de forte credibilidade.  Dentro da Igreja Catolica há muitas manifestações sobrenaturais em reuniões de grupos da Renovação Carismática, crê-se orar em linguas e no batismo do Espirito Santo. Digo isso com certo afastamento, pois não se pode dizer que todos estes dons são verdadeiros, mas também não estou dizendo que nunca o possam ser. Isto não ocorre somente no movimento da RCC, mas entre supostas aparições marianas ou até mesmo em contexto em que não há ambiente propício. Jesus fala que em sua Igreja existem muitos dons que foram distribuidos de maneira diversificada dentre os membros de sua Igreja, entre religiosos e leigos. E quando eles existem, ocorrem de maneira extraordinária, pois o Espírito Santo não confunde ou envia mensagens difusas ou incompletas. Eis a questão. Ja me deparei com pessoas que acreditam ter algum dom, mas ao invés de trazerem certezas aos nossos corações, só geram insegurança, um tal de "Jesus está me dizendo isso, aquilo", como se estivessem recebendo algo, mas incompreendido pela pessoa ou ainda metade do que dizem tem alguma coisa a ver e a outra deixa a duvida no ar. E os desavisados e ingênuos como eu mesma ja fui, acabam tentando encaixar alguma coisa em suas vidas.  Sendo assim, como discernir? 

Um jeito de se defender de supostos dons, de reconhecer realmente um milagre de cura, ou de uma revelação, é ficar atento a qualquer contradição, porém sem julgar a pessoa, se a mesma demonstra ser digna de carregar tal dom, pois o Espirito Santo pode dar, mas pode tirar o dom conforme as atitudes da pessoa. Ouvi falar de muitos videntes que perderam seus carismas. Observem os videntes  atuais aí presentes pelo mundo, como andará suas vidas de testemunho, pois é preciso ser luz para o mundo.

Introduzi esta reflexão para atestá-la com o caso real que conta o Padre Gabrielle Amorth, exorcista da diocese de Roma, "Um Exorcista conta-nos" em que ele revela o ponto onde quero chegar. Se o dom não vem de Deus, como se manifesta? Segue o trecho completo:

"Também Satanás dá poderes àqueles que lhe são devotos. Por vezes acontece que, como é um autêntico mentiroso, os destinatários destes poderes não compreendem imediatamente a sua proveniência, ou não querem compreender, tão felizes que ficam por receber estes dons gratuitos. Pode acontecer que uma pessoa tenha o dom da clarividência; outras vezes, basta que lhes ponham à frente uma folha de papel branco  uma caneta na mão, para redigirem espontaneamente paginas e paginas de mensagens; outras ainda, têm a impressão de se desdobrar e que uma parte do seu pode penetrar em casas e ambientes mesmo longínquos; é muito comum que algumas pessoas ouçam <<uma voz>> que, por vezes, sugere oração e muitas outras coisas.
       Poderia continuar esta lista. Qual é a fonte destes dons particulares? Trata-se de carismas do Espírito Santo? São presentes de origem diabólica? Ou trata-se, muito simplesmente, de fenômenos metafísicos? A verdade só pode ser estabelecida depois de um estudo ou de um discernimento efetuado por pessoas competentes. Quando S. Paulo estava em Tiatira, aconteceu ser perseguido por uma escrava que tinha o dom de adivinhar e que, com este dom, dava muito lucro aos seus patrões. Mas era um dom de origem diabólica, que desapareceu logo que S. Paulo expulsou dela o espírito maligno (At 16, 16-18).
       A titulo de exemplo, examinemos alguns extratos dum testemunho assinado por Erasmo di Bari e publicado no Rinnovamento dello Spirito Santo, em setembro de 1987 ( as observações que figuram entre parêntesis são colocadas por nós):

        Fiz, há vários anos, a experiência do jogo do copo, sem saber que se tratava d uma forma de espiritismo. As mensagens tinham uma linguagem de paz e de fraternidade (repare-se como o demônio se sabe dissimular sob a aparência de bem). Algum tempo depois, recebi poderes estranhos, exatamente em Lourdes (este detalhe também é digno de interesse: não existe lugar, por mais sagrado que seja, onde os demônios não se possam introduzir).
        Eu possuia essa faculdade que a parapsicologia define como extrassensorial, isto é: clarividênca, leitura do pensamento, diagnóstico clínico, leitura do coração e da vida das pessoas vivas ou mortas, assim como outros poderes. Alguns meses mais tarde, apareceu-me outra faculdade: a de suprimir a dor física pela imposição das mãos, aliviando ou suprimindo o estado de sofrimento. Seria aquilo a que chamam a pranoterapia?
         Graças a todos estes poderes, eu podia comunicar facilmente com toda a gente, depois destes encontros, as pessoas ficavam chocadas com o que eu dizia, e ficavam profundamente perturbadas porque eu as condenava pelos pecados que tinham cometido, uma vez que eu via o mais profundo da sua alma. Entretanto, ao ler a Palavra de Deus, dei-me conta de que a minha vida não tinha mudado absolutamente nada. Eu continuava a ser irascível, suscetível às ofensas, lento em perdoar, fácil nos ressentimentos. Tinha medo de carregar a minha cruz, medo do desconhecido que o futuro e a morte representam.
          Depois de longas peregrinações e de múltiplos tormentos, Jesus guiou-me até o Renovamento. Encontrei lá alguns irmãos que fizeram oração por mim e, então, compreendi que o que me acontecia não era de origem divina, mas fruto do Maligno. Posso testemunhar que vi o poder de Jesus. Reconheci isso e confessei os meus pecados cometidos no passado, arrependi-me, renunciei a toda a prática oculta. Esse poderes desapareceram e Deus perdoou-me; por isso, eu quero dar-lhe graças."

Contudo, ainda gostaria de fazer algumas considerações finais. O caso acima não era de uma pessoa devota a satanás, embora o padre Gabrielle tenha feito esta alusão no inicio da reflexão de que os seguidores satânicos possuem dons, mas que eles existem em ambientes católicos. No caso do espiritismo, está abarrotado, é inspirado única e exclusivamente por demônios em pele de cordeiro, como o famoso Chico Xavier.Não é rixa entre crenças movida por imaturidades, mas constatação comprovada por alguns ex-espiritas e pelos exorcistas. O exorcista Frei Benigno recebeu um caso de possessão no qual teve inicio por meio de sessões espíritas. Se as pessoas não saem por aí endemoniadas após uma visita a sessão espirita, receberam passe ou fizeram cirurgia espiritual, no mínimo, passam a ser inspiradas mais fielmente, a partir do momento que abrem uma janela!

   A saber também que todos os dons mencionados pelo autor do depoimento podem ocorrer por fonte Divina, sem duvida existem em nossa Igreja, mas é preciso estarmos atentos para também não ser. Posso citar o Padre Pio como sendo um caso legítimo de chagas nas mãos e seu dom de ver o coração e conhecer os pecados das pessoas, como Jesus fazia. Muitas pessoas iam se confessar com o Padre Pio e omitiam ou não reconheciam um pecado e ele ia lá e mencionava, reconhecia facilmente os não arrependidos. É um dom especial e raro, só ouvi falar de mais dois sacerdotes que possuem esse dom de ver a verdade do coração, que seria um padre falecido, o Padre Bach, e um sacerdote da Catedral de Brasília, mas desconheço seu nome.

Muito cuidado..muito cuidado..



quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Cristão morno


Há muitos cristãos dentro da Igreja Católica que não pertencem à Igreja, não se tornaram verdadeiros membros, pois não seguem ou não procuram seguir suas orientações, mandamentos, a doutrina propriamente dita.  Alguns destes cristãos, possuem uma visão muito simplificada da fé, parecem não ter sede da Verdade, são vulneráveis  à voz do mundo, logo facilmente seduzidos por ela. Com isso, os católicos já não conhecem a verdadeira Igreja e fazem uma imagem errada da igreja quando são facilmente engolidos pelo mundo. Não é à toa que muito protestante cria uma visão distorcida da Igreja Católica, como se refere o Padre Paulo Ricardo (de Curitiba). Muitos pastores criticam de todas as maneiras uma Igreja completamente irreal, falsa.

Me causa indignação e repudio ouvir relatos de ex-cristãos, de fé fraca, a quem os conselhos de Satanás lhe convém, como o caso de Rubem Alves (dispensa apresentações) que disse mais ou menos assim: 

Os cristãos têm um problema com o prazer. Você não vê ninguém fazendo uma promessa a Deus e dizendo assim:  'Oh, Deus, se tu me deres esta bênção, prometo tocar toda manhã um CD de Bach, ou tomar toda noite uma taça de bom vinho'. As pessoas oferecem a Deus cascas de ferida porque elas acham que Deus fica feliz quando a gente está sofrendo. Têm uma ideia sádica de Deus. ¹ 

Não é completamente nauseante uma constatação infeliz como essa? se vê claramente a total ignorância e incapacidade de pensar um minuto sequer naquilo que a Igreja afirma repetidamente para  cegos de ouvidos como esse, como uma criatura como essa ignora um fato milenar, alguém por favor, faz um bem para essa alma, o que uma criança pode entender de maneira bem simples: Jesus, ofereceu um banquete a Deus, ou ele morreu na Cruz? O que é que o Padre faz na homilia, o que é que celebramos todos os anos na Páscoa e em todas as missas, o que é que repetimos até um dia compreender "Jesus morreu na cruz para nos salvar". Sacrifício a gente oferece a Deus e o pecado( entende-se por vícios, ofensas a Deus) como aquilo que o Rubem Alves define como "coisa boa", a gente oferece pro Diabo e ele adora.

Muito mal informado Sr. Rubem Alves, há sim coisas "felizes" pode-se dizer assim, que também podem ser oferecidas, como a gentileza, e várias formas de caridade, uma oração, nosso corações, a castidade, a felicidade, as conquistas, nossas boas ações, podemos oferecer tudo para  que Deus transforme em coisa boa, em graças para a eternidade.
Fico pensando que a maioria dos ex-católicos infelizmente não viviam uma fé profunda, dogmática, não conhecia a Igreja, não liam as Sagradas Escrituras abertos ao Espirito Santo e o mais importante não tinham um pingo de amor por Deus porque todas as dúvidas nossas  se dissipam com as verdades da fé, é só ler o Catecismo, ler bons livros, pesquisar a vida dos Santos e está dito lá. Quer argumento mais forte do que um testemunho de vida, um exemplo vivo do que é a Vontade de Deus, alguém entende o que significa a Vontade de Deus? Muitos vivem na Igreja sem se submeter a ela e a tantas verdades bíblicas.

Muito acima do que as ações de fé, as verdades de fé conhecidas pela razão, estão a verdade do coração, a nossa intimidade com Deus, o amor que devemos lhes corresponder. Em outra palavras, se alguém seja por que razão não se convence da Verdade do Evangelho, da Doutrina da Igreja, que possa ao menos busca-la, fazer o propósito de investigar se Deus existe e investir nessa relação, já é o primeiro passo, o resto, Deus agirá. Basta darmos o primeiro passo, a escolha do "sim" a Deus, anulando a escolha do "não" de Adão e Eva.

Crer com fé em Cristo, nos faz querer conhece-lo e conhecendo-o, conhecemos o Pai, aprendemos a amar o Pai, amando o Pai, queremos agrada-lo e correspondê-lo em seu amor infinito e gratuito. E daí vem todo o impeto de seguir a Palavra de Deus, as verdades do Evangelho e a Doutrina da Igreja.

domingo, 13 de outubro de 2013

A alma em pecado mortal por Santa Teresa de Jesus

Do livro: Castelo interior ou moradas


Que acontece quando se comete algum pecado mortal? Não há trevas mais densas, nem coisa mais escura e negra: a tudo excede sua escuridão;[..] estando em pecado mortal, todas as boas obras que faz não lhe trazem merecimento algum para alcançar o céu, nem são agradáveis a Deus.[...] procedem de uma alma apartada dele.[...]
Sei de uma pessoa a quem Nosso Senhor quis mostrar como fica uma alma em pecado mortal. Diz ela que, se todos entendessem o que seja, nem um só homem seria capaz de pecar, ainda que tivesse de sujeitar-se aos maiores tormentos para fugir das ocasiões.
Assim como são límpidos os arroios que brotam de uma alma em estado de graça são extremamente agradáveis aos olhos de Deus e dos homens.
Aquela pessoa a quem foi mostrada uma alma em pecado mortal, afirmava haver tirado dois proveitos da graça recebida de Deus. O primeiro foi um temor grandíssimo de ofendê-lo. Ao ver tão terríveis estragos, suplicava constantemente ao Senhor que não a deixasse cair. O segundo foi um espelho para a humildade, onde via como nenhuma coisa boa que façamos procede de nós. [...] (p. 27-30)

Santa Teresa DÁvila