Apresentação

segunda-feira, 25 de agosto de 2014

As vitimas do Maligno II

Do livro "Um Exorcista Conta-nos" - Pe. Gabriele Amorth - Ed. Paulinas

Existem pelo menos quatro causas essenciais: porque Deus o permite; porque a pessoa é vítima de um malefício; porque se encontra em estado de pecado grave e endurecida pelo pecado; porque freqüenta locais ou pessoas maléficas.

parte II

2 – Quando é que se é vítima de um malefício. Igualmente neste caso a culpa não é da parte de quem é vítima deste mal; no entanto há uma participação humana, ou seja, uma culpa humana da parte daquele que faz ou manda fazer o malefício a um bruxo. Por agora será suficiente dizer que o malefício consiste em prejudicar alguém através da intervenção do demônio.
OFERENDA DE AMARRAÇÃO
AMARRAÇÃO

Pode revestir diferentes formas: amarração, mau olhado, maldição... mas confirmamos que o meio utilizado é a bruxaria, (o chamado “trabalho”) e que esta é responsável pela maioria dos casos de possessão ou outras perturbações maléficas. Na verdade não sei como é que conseguem justificar-se os eclesiásticos que afirmam não acreditar em bruxarias; e ainda tenho mais dificuldade em compreender em que medida é que podem socorrer os fiéis que lhes aparecem incomodados com estes males.

         Algumas pessoas admiram-se que Deus permita tais coisas. Deus criou-vos livres e nunca renega as suas criaturas, mesmo as mais perversas; no fim faz as suas contas e dá a cada um o que merece, porque cada homem será julgado segundo as suas obras.
Entretanto podemos usar bem a nossa liberdade e receber os méritos por isso, ou podemos usá-la mal e ter culpas. Podemos ajudar os outros ou prejudicá-los através de inúmeras formas de mal, sendo o mais grave pagar a um assassino para que mate uma pessoa; Deus não age para a impedir.

Posso também pagar a um bruxo ou a um feiticeiro para que ele faça um malefício a uma pessoa; neste caso também não está previsto que Deus o impeça, ainda que na realidade o faça muitas vezes. Por exemplo quem vive na graça de Deus e reza com fervor está muito mais protegido do que aquele que não pratica ou, pior ainda, que vive habitualmente em estado de pecado.

         Digamos que, como já tivemos ocasião de repetir, o domínio das bruxarias e dos outros malefícios constitui o paraíso dos vigaristas. Reina a mentira e a verdade é a exceção. Terreno de predileção dos vigaristas, este setor também atrai muito as pessoas sugestionáveis e as mentes fracas. Por isso é importante que o exorcista assim como todas as pessoas de bom senso se mantenham atentas.

         3 – Um estado grave e endurecido de pecado. Agora abordamos a causa que infelizmente no tempo em que vivemos está num crescendo e em conseqüência disso está também num crescendo o número de pessoas vítimas do demônio.
No fundo o verdadeiro motivo é sempre a falta de Fé. Quanto mais a fé diminui, mais a superstição aumenta: é um fenômeno por assim dizer matemático. Creio que o Evangelho nos propõe um exemplo emblemático na figura de Judas. Era ladrão.

Não se imagina quantos esforços fez Jesus para o corrigir e o pôr no bom caminho, obtendo sempre recusas e obstinação nesse vício, chegando mesmo ao cúmulo de perguntar:“Quando me pagareis se vo-l’O entregar? E eles prometeram-lhe trinta moedas de prata” (Mt 26,15). E pode-se ler esta frase terrível, durante a Ceia: “E então, Satanás entrou nele” (Jô 13,27). Trata-se sem sombra de dúvida de uma verdadeira possessão diabólica.

         No estado atual do desmembramento das famílias atendi casos em que as vítimas eram pessoas que tinham uma vida matrimonial desordenada, além de outras faltas; recebi mulheres que, além de outros, tinham cometido várias vezes o crime do aborto; tive casos de pessoas que além de perversões sexuais aberrantes, se tornaram culpadas de atos de violência; e tive também vários casos de homossexuais que se drogavam e que caíram noutras ciladas ligadas à droga. Parece-me quase desnecessário dizer que, em cada caso, o caminho da cura só se inicia através duma conversão sincera.

As vítimas do Maligno

Em 2 de fevereiro de 1975, a Rádio Vaticano entrevistou William Friedkin, realizador do filme O Exorcista, e o teólogo jesuíta Thomas Bemingan, conselheiro técnico.


O realizador afirmou ter querido contar uma história inspirando-se num romance cujo tema se baseava num fato real ocorrido em 1949, mas preferiu não se pronunciar sobre a questão de saber se se tratava ou não de uma verdadeira possessão diabólica, contentando-se em dizer que isso era um problema para os teólogos, e não para ele.

         Quando perguntaram ao padre jesuíta se esta obra era um simples filme de horror ou qualquer coisa de outra natureza, este não hesitou em optar pela segunda hipótese.
 Fundamentando-se no enorme impacto que o filme teve sobre o público do mundo inteiro, afirmou que, com exceção de alguns detalhes espetaculares, o filme tratava do problema do mal com muita seriedade. Além disso reavivou o interesse pelos exorcismos, que estavam muito votados ao esquecimento.

  Para além das ciladas normais, como é o caso das tentações que atingem toda a gente, como se pode cair nas ciladas extraordinárias armadas pelo demônio? Pode-se cair nelas consciente ou inconscientemente, isso depende dos casos.

Existem pelo menos quatro causas essenciais: porque Deus o permite; porque a pessoa é vítima de um malefício; porque se encontra em estado de pecado grave e endurecida pelo pecado; porque freqüenta locais ou pessoas maléficas.

         1 – Porque Deus o permite. Sejamos claros: nada acontece sem a permissão de Deus. Por outro lado, claro que Deus nunca quer o mal, embora o permita quando somos nós a querê-lo (Ele criou-nos livres), e sabe tirar o bem até do mal.
Neste Primeiro caso, não há qualquer culpa humana, mas unicamente uma intervenção diabólica. Conforme Deus permite habitualmente a ação normal de Satanás (as tentações), dando-nos a todos as graças para resistir a elas e tirando daí méritos, se formos fortes; também Deus pode permitir, algumas vezes, a ação extraordinária de Satanás (possessão ou perturbações maléficas) a fim de exercitar o homem na humildade, na paciência e na mortificação.

 Podemos lembrar as duas situações já mencionadas: quando há uma ação externa do demônio que provoca sofrimentos físicos (tais como as pancadas e as flagelações sofridas pelo Stº Cura d’Ars ou pelo Pe. Pio); ou quando é autorizada uma verdadeira infestação, como dissemos a propósito de Job e de S. Paulo.
Padre Pio
Vianney, Santo Cura d´ Ars
 A vida de numerosos santos apresenta exemplos deste tipo. Entre os da nossa época, cito dois beatificados por João Paulo II: o Pe. Calábria e a Irmã Maria de Jesus Crucificado (a primeira árabe beatificada). 
Pe. João
Calabria
Irmã Maria de Jesus Crucificado
 Embora em nenhum dos casos tivesse havido culpa humana (nem por faltas cometidas pelos próprios nem por malefícios feitos por outros) tiveram períodos de verdadeira e confirmada possessão diabólica, durante os quais estes dois bem-aventurados disseram e fizeram coisas contrárias à sua santidade, sem que fossem minimamente responsáveis, pois, era o demônio que agia servindo-se dos seus membros.
Do livro "Um Exorcista Conta-nos" - Pe. Gabriele Amorth - Ed. Paulinas

segunda-feira, 21 de julho de 2014

Por que, Deus?


João 9: Jesus cura a cegueira dos homens. 

1 Ao passar, Jesus viu um cego de nascença. 2 Os discípulos

 perguntaram: «Mestre, quem foi que pecou, para que ele 

nascesse cego? Foi ele ou seus pais?» 3 Jesus respondeu: 

«Não foi ele que pecou, nem seus pais, mas ele é cego para 

que nele se manifestem as obras de Deus.

É um assunto que atravessa outros assuntos, é uma resposta de Deus que responde tantas outras que surgem. Porque nasci assim? Porque meu filho nasceu assim? Por que eu fiquei assim ou estou passando por isso? Por que Deus permite isso aquilo? Por que Deus permite o mal na terra? Por que Deus permite a tentação de Satanás? Todas essas perguntas podem ser respondidas com a resposta que Jesus deu aos discípulos: para que nele se manifestem as obras de Deus. E ainda, para curar a cegueira dos homens. Até poderia conjecturar a respeito da homossexualidade, mas não sabemos a origem da mesma, se é de nascença, se é adquirida ou se é no campo do espiritual. Mas se ser homossexual está acima da sua capacidade de escolha e não é algo que estava nos planos de Deus para a humanidade, então entra na mesma lógica do cego. Deus vai usá-los para mostrar algo, para manifestar sua glória se demonstrarem superação de braços dados com Deus. É assim com o pecado que desagrada a Deus, por exemplo, uma tentação. Se você se apega em Deus para vencer e se fortalece após a mesma, então a glória de Deus se manifestou em você, você é testemunho, você é obra de Deus.
Muitos vão dizer que tratar a homossexualidade como um pecado é violência simbólica ou um ataque aos direitos humanos dos homossexuais, mas para nós cristãos que nos baseamos na fé, na vivência da fé, no testemunho de Cristo e na história Cristã relatada na Biblia e na tradição da Igreja, então a homossexualidade não estava nos planos de Deus.  Para nós isso é evidente no corpo do homem e da mulher que se complementam. Todos são levados a viver uma relação de aliança com Deus, seja no matrimonio carnal e espiritual, seja só no espiritual (religosos e religiosas) seja na vida de solteiro como leigos. Todos somos convidados a guardar o corpo, zelar pela pureza do mesmo e dos nossos pares, abolir o egoismo, então por que seria diferente com homossexuais?

Apontar o erro não é deixar de amar, não é violência simbólica. Ai daqueles que viram a cara, torcem o nariz, destratam o outro por que o considera um pecador ou menos indigno, Jesus não mostrou nenhum exemplo como esse. Mas mostrou para o que veio e sentou com os marginalizados de sua época porque viu em seus corações a abertura pra Deus.

Nós vemos os resultados das coisas quando elas não são como os planos de Deus, mas Ele sempre dá um jeito de tirar um bem de todo o mal, por isso ele permite esse mal. 

Seja qual for a sua condição, Deus quer um voto de confiança  N´Ele e paciência. MESMO QUE VOCÊ ODEIA A IGREJA, O PAPA e pensa que Deus não tem nada a ver com estes, então busque a Deus do seu modo, converse, questione, mas SE ABRA num diálogo SINCERO. Eu não conheço nenhum personagem biblico ou santo da Igreja que contestando, aclamando, desafiando a Deus não tenha mais tarde encontrado a resposta, que não tenha sido ouvido. Não estou incentivando a ousar de tal maneira, mas de abrir o coração pra Deus nem que seja da pior forma,  que seja de forma sincera. Ele não desampara ninguém, quanto mais com sede da verdade.

A pergunta "por que eu nasci assim ou isso de tão ruim aconteceu comigo?" move muitos a ficarem com raiva de Deus, a tentarem se matar, culpar os outros por suas mazelas. Quantos viraram ateus?Quantos vivem se queixando, inertes e escravos da própria condição? É dificil, é dificil! Mas Jesus ensina a buscar ajuda e conforto N´Ele.

"Muitas pessoas pensam que quando eu caio a vitória será quando eu levanto. A vitoria não é quando eu venço um vicio. Vitória não é quando as circunstâncias mudam. Vitória é quando o seu coração muda. Quando você põe um pouco de fé em Deus, tudo é possível e Ele te dá forças para vencer as dificuldades". (Nick Vujicic)


quinta-feira, 29 de maio de 2014

Homossexualidade: a cruz do autoquestionamento, da diferença, de um futuro repleto de incertezas

Uma das melhores reflexões acerca da homossexualidade numa perspectiva da fé teológica-católica e que pode ajudar na orientação e evangelização do homossexual de como ele pode visualizar o benefício da Cruz.
Por Michael Voris. Canal "Vortezemportugues" do youtube. 

Com tanta confusão na cultura atual em relação à homossexualidade — das diretrizes militares à adoção de crianças por duplas gays, passando pelo “casamento” entre pessoas do mesmo sexo, etc.
É sempre bom pensar sobre assunto desde uma perspectiva católica. Todos nós conhecemos o ensinamento da Igreja. Este Vortex trata mais de uma espiritualidade que deve ser vista com referência à homossexualidade.

Para o homem ou a mulher que descobrem isso a respeito de si, a reação deve variar entre o espanto, a tristeza e a raiva. O sentimento de “ser diferente dos demais” que toda pessoa sente de tempos em tempos e, às vezes, até mesmo frequentemente, deve alcançar um tal grau de intensidade, que aqueles que não sofrem dele poderiam facilmente não compreendê-lo. Esta é a primeira fonte de compaixão que sempre devemos sentir e demonstrar aos nossos dignos companheiros humanos que têm essa cruz do auto-questionamento, da diferença, de um futuro repleto de incertezas.

Estamos falando aqui, em primeiro lugar, de uma diferença de grau em relação a todas as outras pessoas. Enquanto jovens solteiros heterossexuais experimentam a ansiedade em relação aos seus futuros romances e companheiros, a pessoa com tendências homossexuais as sente mais aguda e intensamente, e nunca é realmente capaz de ter qualquer tipo de esperança em relação ao futuro. Para o católico que tem essa cruz e deseja seguir a Igreja, o sofrimento é também de um tipo que está além da compreensão das pessoas que não são homossexuais. Um católico heterossexual solitário — divorciado ou solteiro — que quer se casar está numa categoria completamente diferente da que está um fiel católico homossexual que simplesmente não pode se casar porque ele ou ela deseja o mesmo nível de intimidade, mas não pode sequer levá-la em consideração. Essa é uma cruz que tem pouco com o que ser comparada. E vista desde uma perspectiva católica também significa que essa pessoa, feita à imagem de Deus, é amada mais intensamente por Deus do que muitas outras. É uma antiga tradição da Igreja o fato de que existem pessoas que são como que almas vítimas, aquelas que sofrem de modo mais severo do que a maior parte de nós. Seus sofrimentos comumente são vistos num contexto físico, e isto é verdadeiro.

Mas há outros cujos sofrimentos permanecem, em grande medida, ocultos aos nossos olhos. Nós só precisamos relembrar o que foi revelado desde a morte da Bem-aventurada Madre Teresa a respeito das dores que encheram e inundaram sua alma. São João da Cruz viveu sua Noite Escura da Alma escondido de quase todos. E, é claro, as dores de Nossa Senhora não tinham comparação e qualquer leigo poderia afirmar que é mais amado por Deus do que ela. Então, qual é o objetivo dessa intensidade de sofrimento? Aquilo que sempre foi... a salvação das almas. Ela é modelada com base na crucifixão. É um flagelo dado àqueles que sofrem com a solidão de nunca terem tido a sensação de que são parecidos com as outras pessoas. Isso é verdadeiro. A pessoa que sofre com a cruz da homossexualidade NÃO é como a maior parte das outras pessoas. Elas são golpeadas não apenas com tentações externas e lembranças constantes de sua diferença por meio das notícias e de histórias midiáticas, mas elas também são submetidas à dor interna e silenciosa de saber que, em muitos casos, essa é a sua sina.

O homossexual católico que aceita sua cruz vê posto diante de si o longo caminho em direção ao Calvário e percebe que apenas começou a subi-lo. Portanto, ele é diferente. Ele deve encarar a vida sob um aspecto completamente diferente daquele sob o qual muitos outros a encaram: o da alma vítima. Ele é diferente. Ele é um tesouro além de qualquer comparação para o Deus que o criou e preparou sua cruz fazendo uso das circunstâncias de um mundo decaído e pecador. Ele é diferente. Sua cruz, se for aceita, diferentemente das cruzes de muitas outras pessoas, ganhará incontáveis almas para Cristo. Quanto mais pesada a cruz, mais difícil de suportar e maior a glória alcançada. Nós celebramos essa verdade elevando os mártires às honras do altar.

Nenhum homem tem maior amor que este: dar sua vida por um amigo. Para o fiel católico que carrega a cruz da homossexualidade, ele ou ela sacrifica sua vida todos os dias por seus amigos.
Eu não sei, mas suspeito que em algum ponto de suas vidas muitas almas como essas de fato percebem que Deus as escolheu especialmente para serem instrumentos de salvação como poucos foram escolhidos e como resultado disso elas em verdade se gloriam em sua cruz. Na mentalidade católica há em meio ao sofrimento da cruz uma dupla alegria: saber que você está buscando sua própria salvação. E a cooperação com Nosso Senhor na condução de muitas outras almas para o Céu em consequência disso.

Deus lhes abençoe.
Eu sou Michael Voris.

sábado, 24 de maio de 2014

Martírio Social

Por Alma Fiel



NO dia 04, Alexandre Nero recebe uma crítica em seu instagram, em seguida ele rebate. Veja como uma pessoa culta e inteligente responde:
Thais Sulzbach:
“@alexandrenero quero ver quando vc estiver com teus filhos em um restaurante e tiver 2 gays se beijando. Alias, todas as pessoas que pregam a favor disso! Vc vai conseguir aceitar e explicar aos teus filhos o quão normal isso é? De verdade? Sem hipocrisia! Tenho vários amigos gays, e os amo intensamente. Não sou homofóbica. Só não concordo com o casamento gay, por lei (o de papel passado)! Na verdade, a única coisa que o Feliciano está tentando fazer, é manter aquilo que vc e eu, em outras épocas, conseguimos conquistar, a família: Pai, mãe, filhos. Mas se isso mudar, como serão as famílias dos teus, dos meus filhos? Adoro teu trabalho, mas eu não podia deixar de escrever isso. Bj querido”
O Ator responde:
“Oi @thaissulzbach, gostaria de dar a MINHA opinião, já que foi numa postagem MINHA que vc deu a SUA. Talvez isso tenha vindo pelos meios antigos de comunicação de massa (não sei, preciso pensar melhor sobre), mas sempre há uma maneira extremada da parte deles de falar sobre os acontecimentos. O sujeito é bom ou é mau, ela é santa ou puta, oito ou oitenta, e assim por diante. Quando pensamos termos como “homofóbico” pensamos uma pessoa feia, malvada, de mau com a vida, que odeia a felicidade dos outros, burra, e todos os arquétipos e caricaturas banais de histórias infantis ruins. Preciso lhe dizer @thaissulzbach, que dentro do que compreendo, vc é SIM uma homofóbica, pois nada mais homofóbico do que TER MEDO (ver etimologia das palavras) de ver gays por aí beijando na boca e se amando. E não, vc não é amiga de gays, ou se é, eu que não quero uma amiga assim, que não luta pelo amor de um amigo. Eu tenho amigos gays, e luto pelo que ELES amam, e não o que EU amo. O que Feliciano está tentando fazer é manter o que eu ou vc, em outras épocas, chamaríamos de normal. Lembra quando a mulher não podia votar? Vcs conquistaram. Lembra quando negros não podiam estudar? Eles conquistaram… depois de conquistar não serem vendidos como animais. Os gays merecem conquistar os que lhes é de direito. Nada mais do que isso. Acho isso tão, mas tão normal que fica difícil pra mim achar palavras pra lhe explicar. Eles somos nós, vc não compreende isso? Como serão nossos filhos e famílias? Serão diferentes, assim como vc é da sua bisavó, e sou do meu tataravô, graças a Deus! Bj querida.”
*Texto acima retirado de rede social
Quantos aplaudiram? Quantos estão com medo do martírio social? De se queimar socialmente? 


​Primeiro, vamos "cair na real". ​Jesus não veio trazer a paz
​ (Mt, 10, 34) -- passar a mão na cabeça, dizer que está tudo bem, ninguem tem pecado, o caminho é fácil ou acabar com a guerra ​--​ ele veio trazer a espada, ou seja, ele nos armou para vencer o mundo, que é a cruz. Não tem pra onde fugir, é enfrentar o mal aceitando a cruz de cada dia, sofrendo aos pouquinhos ​todo dia ​por saber que o mundo já não segue Cristo. Deus morreu e estamos sentindo os efeitos. Se Deus morreu e o homem o matou, vê -se muito bem na sociedade o que isso representa. Significa enxergar o mundo sem Deus, amar sem Deus,Deus não é referencia, não é parâmetro.
​Irão contestar dizendo que as verdadeiras vítimas são eles, que foram perseguidos na história, discriminados, mas Cristo foi a primeira vítima da não compreensão de seus ensinamentos, o primeiro a ser perseguido por pregar um estilo de vida que agradasse a Deus. Desculpem, mas não são os gays que estão sendo perseguidos. Quem criou o homem e a mulher, foi Deus, se alguém não aceita isso, é porque com muita facilidade dispensa Deus, as Sagradas Escrituras e idiotiza esta fé. Uma coisa não pode coexistir com a outra. Ou Deus existe e fez tudo com seu propósito, assim como criou as leis deste mundo com um propósito específico. Ora, as leis da gravidade só não tem sentido no Céu.  E só Ele modifica essas leis físicas e da natureza, só Ele não se submete porque está no Alto. E quando Jesus, ao superar tais leis da biologia, da física quando curou pessoas e andou sobre as águas revelou aos homens a sua divindade. Tudo foi para que houvesse harmonia, é o mais próximo de que posso chegar a compreender. Se homossexuais podem casar, formar uma família (com o útero e óvulo de outra) então Deus não existe. Ou ainda, depois do anjo Gabriel ainda não enviou nenhum Anjo anunciando outra coisa extraordinária.

É verdade que Jesus não disse publicamente aos apóstolos que o homossexualismo é pecado, se é isso que queriam ouvir. Jesus não disse que matar era errado, que se prostituir, que a pedofilia e estupro eram errados. Mas ele se aproximou de alguns deles e os perdôou porque viu o arrependimento em seus corações, o desejo de amar a Deus, de se reconciliar, de entender Deus, de confiar em Deus.


Se a Igreja estiver errada quanto aos homossexuais (nem sei se a pessoa em questão é cristã)​ o Espirito Santo vai se manifestar. O que sabemos que ultrapassa os ensinamentos de Cristo, veio do Espírito Santo.  
João 16:13 "Mas, quando vier  ​o​ Espírito d​a verdade, 

ele vos guiará em toda a verdade; porque não falará 

de si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido, e vos 

anunciará o que há de vir."
O Espirito Santo age nos corações, nas pessoas, na pessoa do Papa, nas pessoas que dizem "sim" a Ele. Também Deus vai cobrar de cada um os dons que Ele nos deu através do mesmo Espírito e perguntará "o que foi que você fez com o dom que eu te dei?" Seja o dom da vida, o dom da cura, o dom de ensinar, o dom​ de evangelizar, o dom da ciência. Ora, o corpo é templo do Espírito Santo. O que você fez com o teu corpo: glorificou a Deus ou fez o que quis? Consagrou seus membros ou fez o que bem entendesse?

Eu entendo que o que move os corações vai pesar mais, então eu vejo na fala do ator e de muitos outros a intenção de ser solidário, de respeitar "o direito". Ele não tá fazendo isso porque odeia a Cristo, mas porque pensa que está defendendo uma coisa certa. Deus também vai mostrar todas as vezes que tentou se aproximar e a pessoa não quis se abrir, pois Ele usa muitos para nos falar. É questão de se abrir. Quem se abre e pede a Deus para conhecer a verdade, ou quem simplesmente quer amar a Deus, Ele entra e o Espirito Santo se encarrega de tudo! De nos conduzir ao amor, de nos conduzir ao arrependimento, ao perdão, à salvação.
​Peçamos a Deus o Espírito Santo e a a conversão de nós pecadores e façamos reparação​ ​ao coração de Cristo. Caso contrário, mais castigos virão (como avisado em Fátima).​

domingo, 20 de abril de 2014

MEDITAÇÃO PARA SEMANA SANTA

Segundo as visões de Anna Catharina de Emmerich

9. Oração solene de despedida de Jesus

Não podemos deixar de inserir aqui as últimas palavras e ensinamentos tão profundos, que Jesus, no fim da ceia, dirigiu aos Apóstolos, com tanto amor e carinho e que nos foram transmitidos por S. João no seu Evangelho, caps. 14 a 17. Jesus disse:

"Não se pertube o vosso coração. Credes em Deus, crede também em mim. Na casa de meu Pai há muitas moradas; se assim não fora, eu vo-lo teria dito; pois vou a aparelhar-vos o lugar. E depois que eu for e vos aparelhar o lugar, virei outra vez, e tomar-vos-ei comigo, para que onde eu estiver, estejais vós também, para onde eu vou, sabeis vós e sabeis também o caminho." Disse-lhe Tomé: "Senhor, não sabemos para onde vais, e como podemos saber o caminho?" Respondeu-lhe Jesus: "Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vai ao Pai senão por mim. Se me conhecêsseis a mim, também certamente havíeis de conhecer meu Pai; mas conhecê-Lo-eis  bem cedo e já o tendes visto." Disse-lhe Felipe: "Senhor, mostrai-nos o Pai e isso nos basta." Respondeu-lhe Jesus: "Há tanto tempo que estou convosco e ainda não me tendes conhecido? Filipe, quem vê a mim, vê também ao Pai. Como dizes logo: "Mostra-nos o Pai?" Não credes que estou no Pai e que o Pai está em mim? As palavras que vos digo, não as digo de mim mesmo, mas o Pai, que está em mim, é que faz as obras. Não credes que estou no Pai e que o Pai está em mim? Crede ao menos por causa das mesmas obras. Em verdade, em verdade vos digo que aquele que crê em mim, fará também as obras que faço e fará outras ainda maiores; porque vou para o Pai. E tudo o que pedirdes ao Pai em meu nome, eu vo-lo farei, para que o Pai seja glorificado no Filho.

Se me amais, guardais os meus mandamentos. E rogai ao Pai e Ele vos dará outro Consolador, para que fique eternamente convosco, o Espírito da verdade, a quem o mundo não pode receber, porque não o vê, nem o conhece; mas vós o conheceis, porque Ele ficará convosco e estará em vós. Não vos deixarei órfãos; virei a vós. Resta ainda pouco, depois já o mundo não me verá; mas ver-me-eis vós, porque eu vivo e vós vivereis. Naquele dia conhecereis que estou em meu Pai e vós em mim e eu em vós. Aquele que tem os meus mandamentos e que os guarda, esse é o que me ama. E aquele que me ama, será amado de meu Pai e eu o amarei também e me manifestarei a ele."




Reflexões da homilia do domingo da ressurreição

Padre Fernando – Paroquia Militar do Corpo de Bombeiros (DF)
Fonte: Internet


“Na história do mundo só houve um caso em que se vedasse um túmulo com uma pedra e um selo e se montasse uma guarda para vigiá-lo para  se evitar que um defunto dali saísse. Foi justamente o caso de Jesus.
Que espetáculo poderia haver de mais patético do que os soldados vigiando um cadáver para que o morto não voltasse a andar, aquele que estava calado não voltasse a falar, o coração atravessado pela lança do centurião não voltasse a bater.
Diziam que estava morto, sabiam que estava morto. Diziam que não ressuscitaria e, no entanto, vigiavam. O fato de terem pedido uma guarda até o terceiro dia indicava que acreditavam mais nas palavras que Jesus havia dito que no temor de seu corpo ser roubado pelos apóstolos para fraudar uma ressureição. A guarda era pra prevenir violência e o selo era pra prevenir qualquer fraude. O certificado da morte e ressurreição de Cristo foi assinado por seus inimigos, não por seus amigos, o que ressalta ainda mais a sua veracidade. O mais curioso de tudo isto é que os inimigos de Cristo esperavam sua ressurreição, mas seus amigos não. Seus seguidores pediram provas antes de dar-se por convencidos. O caso, por exemplo, de Tomé. Parece que os discípulos e as mulheres se recordavam mais do que  Jesus havia dito de sua paixão do que daquilo que havia dito de sua ressurreição. Quando Cristo foi sepultado parecia que era sepultada também a esperança dos apóstolos e discípulos de vê-lo de novo. Tanto que as mulheres foram ao tumulo não para ver Jesus ressuscitado, senão para ungir o seu corpo com óleo e aromas. A ressurreição apesar de anunciada era algo que nunca esperaram. Tanto que quando chegaram lá e viram que a pedra havia sido retirada não concluíram que Jesus ressuscitou, senão que pensaram que seu corpo havia sido roubado. _Dom Fulton Sheen”
Utilizando a perspectiva histórica, notamos que a ressurreição de Cristo é um evento que ocorreu de uma dimensão definida de tempo e espaço. Will B. Smith, notável erudito e mestre, observa na obra  Christian apologetics: O significado da ressurreição é um assunto teológico, mas o fato da ressurreição é um assunto histórico. A natureza da ressurreição do corpo de Cristo pode ser um mistério, mas o fato de que o corpo desapareceu do tumulo é um assunto para ser decidido sobre uma evidencia histórica. O lugar possui uma definição  geográfica. O homem a quem pertencia o túmulo era um homem em que vivia na primeira metade do século primeiro. O tumulo era feito de pedra e ficava ao lado de uma colina próximo a Jerusalém. Os guardas colocados diante do tumulo não eram seres fictícios do monte Olimpo. O sinédrio era um corpo de homens que se encontravam frequentemente em Jerusalém como uma vasta literatura nos fala, esta pessoa, Jesus, era uma pessoa viva. Um homem entre outros homens e os discípulos  que saíram para pregar Jesus ressuscitado eram homens entre homens. Homens que se alimentaram, beberam, dormiram, sofreram, trabalharam e morreram. O que isto tem de doutrina? Este é um problema histórico.
Há três explicações para o sepulcro vazio: Os inimigos tomaram o corpo, os seus amigos tomaram o corpo ou Jesus ressuscitou. A primeira possibilidade é extremamente improvável porque seus inimigos certamente teriam exibido seu corpo se isso tivesse sido possível a fim de humilhar os seus discípulos e calar os rumores da ressurreição, bem como para cortar qualquer novo movimento religioso que pudesse ameaçar suas tradições mosaicas. É igualmente pouco provável que seus amigos tenham levado seu corpo porque depois da sua crucificação eles estavam extremamente decepcionados e desanimados e não acreditavam que ele ressuscitaria. É absurdo pensar que nessas condições eles inventaram esquema que roubavam seu corpo e depois contariam a história na qual obviamente não acreditavam.
[...]
O sepulcro de Jesus não foi venerado. Na nossa fé católica nós sabemos o endereço do túmulo de todos os santos exceto dois: Jesus e a Virgem Maria. Obviamente, nós que veneramos tanto as relíquias dos santos saberíamos do endereço das sepulturas de Jesus e Maria e isso não é o que ocorre.
[...]
A ressurreição é a prova mais cabal da divindade de Cristo. Por quê? Maomé fundou o islamismo e pode ter ensinado coisas muito bonitas, mas não ressuscitou. Buda morreu e não ressuscitou e ninguém mais que tenha fundado qualquer igreja morreu e ressuscitou. Jesus não tem em favor somente os seus milagres porque curandeiros tem havido ao longo da história. O próprio demônio tem o poder de curar. Então para nós, nunca um milagre é um sinal necessário e absoluto da ação de Deus.  Mas ressuscitar... o demônio não ressuscita. Então esse é o primeiro ponto. O segundo ponto significa a vitória de Jesus sobre a morte não só para si mesmo, senão que ele derrota a morte para todos nós. Ele morre em nosso lugar para que nós tenhamos a vida eterna. A boa noticia. A morte não dá a ultima palavra para o cristão. Nós sabemos que a alma continua, que existe vida após a morte e que aqueles que seguirem Jesus não padecerão a morte eterna, não irão para o inferno.[...]
Professar o espiritismo, caríssimos, joga por terra muitas verdades da nossa fé. Uma delas, que é revelada tanto no velho testamento como no novo testamento é a crença no inferno e no diabo porque no espiritismo não existe o inferno nem o diabo. No espiritismo existem espíritos atrasados. Existem lugares para esses espíritos atrasados que podem evoluir, podem daí sair, sendo que Jesus ensina que quem cair no inferno nunca mais de lá sairá. Agora o que acontece, por que a doutrina espirita nos seduz? Em primeiro lugar, porque somos apegados a este mundo e é apetecível a ideia de poder voltar a essa vida, poder  voltar a Fernando de Noronha, a voltar a comer camarão e lagosta, a voltar a namorar, poder voltar e fazer tanta coisa. Por isso no primeiro momento é agradável essa ideia.
[...] Quando Jesus estava morrendo um de cada lado, o quê que Dimas o bom ladrão disse pra Jesus? “Senhor lembra-te de mim quando entrares na tua glória.” O quê que Jesus respondeu? “Dimas, foi mal, não posso, você roubou, eu sou Deus, eu leio o seu coração e você não vai poder entrar no paraíso comigo. Você vai ter que voltar e pagar cada centavo.” (pensamento espírita) Foi isso que Jesus falou? Não. O quê que ele respondeu? “HOJE mesmo estarás comigo no paraíso.”
[...] Dimas reconhece ali na ultima hora, Jesus Cristo como senhor e por causa da sua humildade, do seu arrependimento, ainda que na ultima hora, Isso lhe é levado em conta e Dimas vai para o paraíso.
No próprio espiritismo se ensina que na realidade não é uma religião, mas uma filosofia, uma lei divina a qual todos estamos sujeitos, não importa a religião. E se diz que você pode ser um ou outro e de repente você chega no espiritismo e eles acolhem você. Dai você pensa “ah, muito melhor do que no catolicismo porque eles querem exclusividade, to dentro” [...]
Enveredamos no caminho do erro porque não conhecemos as Sagradas Escrituras.
[...]
Obs: Fiz algumas adaptações na linguagem para a norma padrão escrita, sem ficar muito coloquial, e só destaco isso para a data de hoje, mas o Pe. Fernando sempre dá explicações completas e se estende nos detalhes. Por isso omiti a parte final da homilia.


quinta-feira, 17 de abril de 2014

MEDITAÇÃO PARA SEMANA SANTA

Segundo as visões de Catharina de Emmerich.

Obs: Escolhi as visões, ao invés do evangelho, porque no livro citado há mais diálogos por ela relatado que não há no evangelho. Servem, portanto, de complemento ao evangelho, apenas, para quem quiser se aprofundar. O livro consta de inúmeros detalhes que infelizmente selecionarei para não ficar muito extenso.

7. Instituição da Sagrada Eucaristia

Por ordem do Senhor, o mordomo pusera novamente a mesa e colocara-a um pouco mais alto e no meio, coberto de um tapete, sobre o qual estendera uma toalha vermelha e em cima desta, outra branca, bordada a crivo. Por baixo da mesma pôs um jarro de água e outro de vinho.

Pedro e João, indo à parte da sala onde era o forno do Cordeiro pascal, buscara, o cálice que haviam trazido da casa da Seráfia. Transportaram-no solenemente, dentro do invólucro [...]
Desde os antigos tempos reinava o costume de partir o pão e beber do mesmo cálice no fim do banquete; era sinal de fraternidade e amor, usado por ocasião de boa vinda e despedida. [...] Jesus, porém, elevou esse uso à dignidade do Santíssimo Sacramento. Até então tinha sido somente um rito simbólico e figurativo. Pela traição de Judas foi levado ao tribunal também a acusação de ter Jesus juntado alguma coisa nova às cerimônias da Páscoa; Nicodemos, porém, provou com trechos da Escritura Sagrada, que esse uso de despedida era muito antigo.

O lugar de Jesus era entre Pedro e João. As portas estavam fechadas; tudo se fez com solenidade misteriosa. Depois de se haver tirado do cálice o invólucro e levado à parte separada da sala, rezou Jesus, falando num tom solene. Vi que lhes explicava todas as santas cerimônias da última ceia; era como se um sacerdote ensinasse aos outros a santa Missa.

Em seguida tirou da bandeja em que estavam os casos, um tabuleiro corrediço, tomou o pano de linho que cobria o cálice e estendeu-o sobre o tabuleiro. Depois o vi tirar do cálice uma patena redonda e pô-la sobre o tabuleiro coberto. Tirou então os pães que estavam ao lado, num prato coberto com um pano de linho e colocou-os na patena diante de si.

Os pães, que tinham a forma de um quadrilátero oblongo, excediam dos dois lados a patena, cuja borda, porém, permanecia visível na largura. Em seguida, puxou para si o cálice, tirou dele um copinho, colocando também os seis copos pequenos à direita e esquerda do cálice. Depois benzeu o pão ázimo e, creio, também os óleos, que estavam ao lado, levantou a patena, em que estavam os pães ázimos, com ambas as mãos, olhou para o céu, rezou e ofereceu-o a Deus, pôs a patena no tabuleiro e cobriu-a. Depois tomou o cálice, mandou Pedro derramar vinho e João derramar água, que antes benzera e juntou ainda um pouco de água, que colheu com a colherzinha. Benzeu o cálice, levantou-o, ofereceu-o, rezando e colocou-o no tabuleiro.

Mandou a Pedro e João derramarem-Lhe água sobre as mãos, por cima do prato em que anteriormente foram postos os pães ázimos e, tirando  a colherzinha do pé do cálice, apanhou um pouco da água que lhe correra sobre as mãos e espargiu-a sobre as mãos dos dois Apóstolos. Depois passou o prato em redor da mesa e todos lavaram nele as mãos.
[...]
Durante esse santo ato tornou-se Jesus cada vez mais afetuoso; disse-lhes que agora queria dar-lhes tudo que tinha: sua própria pessoa. Era como se derramasse sobre eles todo o seu amor e vi-O  tornar-se transparente; parecia uma sombra luminosa.

Orando com esse amor, partiu o pão nas partes marcadas, as quais amontoou sobre a patena, em forma de pirâmide. Do primeiro bocado quebrou um pedacinho com a ponta dos dedos e deixou-o cair no cálice. No momento em que o fez, tive a impressão de que a SS. Virgem recebeu o Santo Sacramento espiritualmente, apesar de não estar ali presente. Não sei agora como o vi; mas pensei vê-la entrar pela porta, sem tocar no chão e aproximar-se de Jesus, do lado desocupado da mesa e receber o santo Sacramento em frente dEle; depois não a vi mais. Jesus dissera-lhe de manhã, em Betânia, que celebraria  a Páscoa junto com ela, marcando-lhe a hora em que, recolhida em oração, devia recebê-la espiritualmente.

O senhor rezou ainda e ensinou; todas as palavras lhe saíram da boca como fogo e luz entraram nos Apóstolos, com exceção de Judas. Depois tomou a patena com os bocados de pão (não sei mais se a tinha posto sobre o cálice e disse: "Tomais e comei, isto é o meu corpo, que será entregue por vós." Nisso estendeu a mão direita como para benzer e, enquanto assim fazia, saiu dEle um esplendor, suas palavras eram luminosas e também o era o pão que se precipitou na boca dos Apóstolos, como um corpo resplandecente; era como se Ele mesmo entrasse neles. Vi-os todos penetrados de luz; só Judas vi escuro. O Senhor deu o Sacramento primeiro a Pedro, depois a João; em seguida fez sinal a Judas para aproximar-se; foi o terceiro, a quem deu o SS. Sacramento. Mas a palavra do Cristo parecia recuar da boca do traidor.[..] Jesus, porém, disse-lhe: "Faze já o que queres fazer" e continuou a dar o Santo Sacramento aos Apóstolos, que se aproximaram dois a dois, segurando alternadamente, em frente um do outro, um pequeno pano engomado, bordado nos lados, o qual cobria o cálice.

Jesus levantou o cálice pelas duas argolas até a altura do rosto e pronunciou as palavras da consagração sobre ele. Nesse ato ficou transfigurado e como transparente, parecendo passar tudo o que lhes deu. Fez Pedro e João beberem do cálice, que segurava nas mãos, colocando-o depois na mesa; João passou com a colherzinha o SS. Sangue do cálice para os copinhos, que Pedro ofereceu aos Apóstolos, os quais beberam dois a dois de um copo. Creio, mas não tenho absoluta certeza, que Judas também participou do cálice; não voltou, porém, ao seu lugar mas saiu imediatamente do Cenáculo. Como Jesus lhe tivesse feito um sinal, pensaram os outros que o tivesse encarregado de algum negócio. Retirou-se sem ter rezado e feito a ação de graças, por onde se vê como é mau retirar-se sem ação de graças,  depois de tomar o pão quotidiano ou o Pão Eterno.

Durante toa a refeição, eu tinha visto ao pé de Judas a figura de um pequeno monstro vermelho e hediondo, cujo o era como um osso desarmado e que às vezes lhe subia até o coração. Quando saiu da casa, vi três demônios cercarem-no; um entrou-lhe na boca, outro empurrou-o pra frente e o terceiro correu-lhe à frente. Era noite e eles pareciam alumiá-lo; Judas corria como um louco.

8. Instruções secretas e consagrações

Jesus deu ainda instruções secretas. Disse aos Apóstolos que continuassem a consagrar e administrar o SS. Sacramento, até o fim do mundo. Ensinou-lhes as formas essenciais da administração e do uso do Sacramento e de que modo deviam gradualmente ensinar e publicar esse mistério; explicou-lhes quando deviam receber o resto das espécies consagradas e dá-lo à SS. Virgem e que deviam consagrar também o SS. Sacramento, depois de lhes ter enviado o Divino Consolador.
[...]

MEDITAÇÃO PARA SEMANA SANTA

Trechos resumidos das visões de Anna Catharina Emmerich



A Última Ceia
1. Preparativos para a ceia pascal:
(Quinta-feira Santa, 13 de Nisan ou 29 de Março; Jesus na idade de 33 anos, 18 semanas menos 1 dia)
Anna Catharina Emmerich - Wikimedia
Foi ontem à noite que se efetuou em Betânia a última e grande refeição de Nosso Senhor e dos seus amigos, em casa de Simão, curado da lepra por Jesus e durante a qual Maria Madalena ungiu Jesus pela última vez. Judas, indignado com isso, ocorreu a Jerusalém, onde negociou ainda uma vez com os príncipes dos sacerdotes, para entregar-lhes Jesus. Depois da refeição, voltou Jesus à casa de Lázaro e uma parte dos discípulos dirigiram-se à albergaria, situada fora de Betânia. [...]

Na manhã em que os dois Apóstolos andaram por Jerusalém, ocupados com os preparativos da Páscoa, Jesus se despediu muito comovido das santas mulheres, de Lázaro e de sua Mãe em Betânia, dando-lhes ainda algumas instruções e exortações.

Vi o senhor conversar com a Virgem SS. separadamente; disse-lhe, entre outras coisas, que tinha mandado a Pedro, o representante da fé, e João, o representante do amor, para prepararem a Páscoa em Jerusalém. [...]

[...] Judas tinha ido novamente de Betânia a Jerusalém, sob pretexto de fazer várias compras e pagamentos. [...] O traidor premeditou todos os passos que carecia dar, para que pudesse sempre explicar a sua ausência; não voltou para junto de Nosso Senhor, senão pouco antes de comerem o cordeiro pascal.

Quando Nosso Senhor comunicou à SS. Virgem o que havia de suceder, pediu ela de modo tocante que a deixasse morrer com Ele. Mas Jesus exortou-a a que mostrasse mais calma na dor do que as outras mulheres; disse-lhe também que ressuscitaria e lhe indicou o lugar onde lhe apareceria.

5. A última ceia pascal

Jesus e os seus comeram o cordeiro pascal no Cenáculo,divididos em três grupos de doze, dos quais cada um era presidido por um chefe, que fazia às vezes de pai de família. [...] A imolação do cordeiro destinado a Jesus e aos Apóstolos foi uma cerimônia singularmente tocante. [...] Os Apóstolos e os discípulos estavam também presentes, cantando o salmo 118. Jesus falou então de uma nova época, que começava; disse então que se devia cumprir o sacrifício de Moisés e a significação do cordeiro pascal simbólico; o cordeiro devia por isso ser imolado do mesmo modo que o do Egito, do qual só então o povo de Israel sairia verdadeiramente liberto.

Os vasos e tudo o que era precioso, estavam prontos; trouxeram um belo cordeirinho, ornado de uma grinalda, que foi tirada e enviada à SS. Virgem, que ficara com as santas mulheres em outra sala. [...]
Durante este ato, lhes ensinou solenemente e disse, entre outras coisas, que o Anjo exterminador passaria ali; que fizessem, porém, a adoração naquele lugar, sem medo e inquietação, depois dele, o verdadeiro Cordeiro pascal, ter sido imolado; começaria um tempo e um sacrifício novo, que duraria até o fim do mundo.[...]

A princípio Jesus conversou muito amavelmente com os Apóstolos, enquanto ceavam; mas depois se tornou mais sério e triste. "Um de vós me atraiçoará, disse, cuja mão está comigo à mesma mesa." Jesus serviu alface, de que havia só um prato, àquele que lhe estavam ao lado; encarregou a Judas, que lhe ficava quase em frente, de distribui-la pelo outro lado, Os Apóstolos assustaram-se muito, quando Jesus falou do traidor, dizendo: "Um que está comigo à mesma mesa" [...]

6. O Lava-pés

Jesus, que estava no vestíbulo, deu ordem a João para tomar uma bacia e a Tiago o Menor para trazer um odre cheio de água, transportando-o diante do peito, de modo que o bocal pendesse sobre o braço. Depois de ter derramado água do odre na bacia, mandou que os dois O seguissem à sala, onde o mordomo tinha posto no meio outra bacia maior, vazia.

Entrando pela porta da sala, de forma humilde, Jesus censurou os Apóstolos em poucas palavras, por causa da discussão havida antes entre eles, dizendo, entre outras coisas, que Ele mesmo queria servir-lhes de criado, que tomassem os assentos, para que lhes lavasse os pés; Então se sentaram, na mesma ordem em que foram colocados à mesa, tendo sido os assentos dispostos em semicírculo. Jesus, indo de um a outro, derramou-lhes sobre os pés água da bacia, que João sucessivamente colocava sob os pés de cada um. Depois tomava o Mestre a extremidade da toalha de linho, com que estava cingido e enxugava-lhes os pés com ambas as mãos. Em seguida se aproximava, com Tiago, do Apóstolo seguinte. João esvaziava de cada vez a água usada, na grande bacia que estava no meio da sala e Jesus enchia de novo a bacia, com água do odre que Tiago segurava, derramando-a sobre os pés do Apóstolo e enxugando-lhos.



O Senhor, que durante toda a ceia pascal se mostrara singularmente afetuoso, desempenhou-se também desta humilde função com o mais tocante amor. Não o fazia como uma cerimônia, mas como ato santo de caridade, exprimindo nele todo o seu amor.

Quando chegou a Pedro, este quis recusar, dizendo: "Senhor, Vós me quereis lavar os pés?". Disse, porém, o Senhor: "Agora não entendes o que faço, mas entendê-lo-á no futuro," Pareceu-me que lhe disse em particular: " Simão, tens merecido aprender de meu Pai quem sou eu, donde venho e para onde vou; só tu O tens conhecido e confessado; por isso, construirei sobre ti  a minha Igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela. O meu poder há de ficar também com os teus sucessores, até o fim do mundo." Jesus indicou-o aos outros, dizendo-lhes que Pedro devia substitui-lo na administração e no governo da Igreja, quando Ele tivesse saído deste mundo. Pedro, porém, disse: "Vós não me lavareis jamais os pés." O Senhor respondeu-lhe: "Se eu não vos lavar, não terás parte em mim." Então lhe disse Pedro: "Senhor, não me  lavareis somente os pés, mas também as mãos e a cabeça." Jesus respondeu: "Quem foi lavado, é puro no mais; não é preciso lavar senão os pés; Vós também estais limpos, mas não todos." Com estas palavras referiu-se a Judas.

Jesus, ensinando sobre o lava-pés, disse que era uma purificação das faltas quotidianas. porque os pés. caminhando descuidadosamente na terra, se sujavam continuamente.
Esse banho dos pés era espiritual e uma espécie de absolvição. Pedro, porém, viu nele apenas uma humilhação muito grande para o Mestre; não sabia que Jesus, para salvá-lo e aos outros homens, se humilharia na manhã seguinte até à morte ignominiosa da Cruz.


Quando Jesus lavou os pés de Judas, mostrou-lhe uma afeição comovedora; aproximou o rosto dos pés do Apóstolo infiel, disse-lhe muito baixo que se arrependesse, pois que já por um ano pensava em tornar-se infiel e traidor. Judas, porém, parecia não querer perceber e falava com João. Pedro irritou-se com isso e disse-lhe: "Judas, o Mestre fala-te." Então disse Judas algumas palavras vagas e evasivas a Jesus, como: "Senhor, tal coisa nunca farei."

Os outros não perceberam as palavras que Jesus dissera a Judas, pois falara baixo e eles não prestaram atenção, estavam ocupados em calçar as sandálias. Nada, em toda a Paixão, afligiu tão profundamente o Senhor como a traição de Judas. Jesus lavou depois ainda os pés de João e Tiago.


Jesus ensinou ainda sobre humildade, dizendo que aquele que servia aos outros era o maior de todos e que dali em diante deviam lavar humildemente os pés uns aos outros; tocou ainda na discussão sobre qual deles havia de ser  maior, dizendo muitas coisas que se encontraram também no Evangelho.

"Sabeis o que vos fiz? Vós me chamais Mestre e Senhor e dizeis bem, porque o sou. Se eu, sendo vosso Senhor e Mestre, vos laveis os pés, logo deveis também lavar os pés uns aos outros. Porque eu vos dei o exemplo, para que, como eu disse, assim façais vós também. Em verdade, em verdade, vos digo: não é o servo maior do que o seu Senhor, nem o enviado é maior do que aquele que o enviou. Se sabeis estas coisas, bem-aventurados sereis se também as praticardes.



Não digo isto de todos vós, sei os que tenho escolhido; mas é necessário que se cumpra o que diz a Escritura: "O que come o pão comigo, levantará contra mim o calcanhar." Desde agora vos digo, antes que suceda; para que, quando suceder, creias que sou eu. Em verdade, em verdade vos digo: O que recebe aquele que eu enviar, a mim me recebe; e o que me recebe a mim, recebe Aquele que me enviou." (Jo, 13, 12-20)

Jesus vestiu de novo as vestes. Os Apóstolos desenrolaram também as vestes, que antes tinham arregaçado, para comer o cordeiro pascal.
[continua...]

Fonte do livro: Vida, Paixão e Glorificação do Cordeiro de Deus. Cap. 2