Apresentação

segunda-feira, 25 de agosto de 2014

As vítimas do Maligno

Em 2 de fevereiro de 1975, a Rádio Vaticano entrevistou William Friedkin, realizador do filme O Exorcista, e o teólogo jesuíta Thomas Bemingan, conselheiro técnico.


O realizador afirmou ter querido contar uma história inspirando-se num romance cujo tema se baseava num fato real ocorrido em 1949, mas preferiu não se pronunciar sobre a questão de saber se se tratava ou não de uma verdadeira possessão diabólica, contentando-se em dizer que isso era um problema para os teólogos, e não para ele.

         Quando perguntaram ao padre jesuíta se esta obra era um simples filme de horror ou qualquer coisa de outra natureza, este não hesitou em optar pela segunda hipótese.
 Fundamentando-se no enorme impacto que o filme teve sobre o público do mundo inteiro, afirmou que, com exceção de alguns detalhes espetaculares, o filme tratava do problema do mal com muita seriedade. Além disso reavivou o interesse pelos exorcismos, que estavam muito votados ao esquecimento.

  Para além das ciladas normais, como é o caso das tentações que atingem toda a gente, como se pode cair nas ciladas extraordinárias armadas pelo demônio? Pode-se cair nelas consciente ou inconscientemente, isso depende dos casos.

Existem pelo menos quatro causas essenciais: porque Deus o permite; porque a pessoa é vítima de um malefício; porque se encontra em estado de pecado grave e endurecida pelo pecado; porque freqüenta locais ou pessoas maléficas.

         1 – Porque Deus o permite. Sejamos claros: nada acontece sem a permissão de Deus. Por outro lado, claro que Deus nunca quer o mal, embora o permita quando somos nós a querê-lo (Ele criou-nos livres), e sabe tirar o bem até do mal.
Neste Primeiro caso, não há qualquer culpa humana, mas unicamente uma intervenção diabólica. Conforme Deus permite habitualmente a ação normal de Satanás (as tentações), dando-nos a todos as graças para resistir a elas e tirando daí méritos, se formos fortes; também Deus pode permitir, algumas vezes, a ação extraordinária de Satanás (possessão ou perturbações maléficas) a fim de exercitar o homem na humildade, na paciência e na mortificação.

 Podemos lembrar as duas situações já mencionadas: quando há uma ação externa do demônio que provoca sofrimentos físicos (tais como as pancadas e as flagelações sofridas pelo Stº Cura d’Ars ou pelo Pe. Pio); ou quando é autorizada uma verdadeira infestação, como dissemos a propósito de Job e de S. Paulo.
Padre Pio
Vianney, Santo Cura d´ Ars
 A vida de numerosos santos apresenta exemplos deste tipo. Entre os da nossa época, cito dois beatificados por João Paulo II: o Pe. Calábria e a Irmã Maria de Jesus Crucificado (a primeira árabe beatificada). 
Pe. João
Calabria
Irmã Maria de Jesus Crucificado
 Embora em nenhum dos casos tivesse havido culpa humana (nem por faltas cometidas pelos próprios nem por malefícios feitos por outros) tiveram períodos de verdadeira e confirmada possessão diabólica, durante os quais estes dois bem-aventurados disseram e fizeram coisas contrárias à sua santidade, sem que fossem minimamente responsáveis, pois, era o demônio que agia servindo-se dos seus membros.
Do livro "Um Exorcista Conta-nos" - Pe. Gabriele Amorth - Ed. Paulinas

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